O Munício de Arouca formalizou a entrega de património geológico de elevada raridade ao Museu Nacional de História Natural do Rio de Janeiro, cumprindo, em primeira mão, o desafio lançado pelo Arouca Geopark, em 2018, a toda a rede global de geoparques da UNESCO para o auxílio à reconstrução deste espaço museológico de referência na América Latina. A cerimónia de doação deste património geológico decorreu no sábado, dia 12, na Casa das Pedras Parideiras – Centro de Interpretação, na presença da presidente da Câmara Municipal de Arouca, Margarida Belém, do diretor do Museu Nacional de História Natural do Rio de Janeiro, Alexander Kellner, e da coordenadora executiva da Associação Geoparque de Arouca, Daniela Rocha.
“Num momento de importante valor simbólico, cumprimos aquilo que assumimos em 2018, durante a Assembleia Geral da Rede Global de Geoparques da UNESCO, num compromisso de contribuir para a recuperação do património perdido no incêndio que assolou o Museu Nacional de História Natural do Rio de Janeiro”, disse Margarida Belém, presidente da Câmara Municipal de Arouca, reforçando a posição do Arouca Geopark na dianteira desta ação, ao ser o primeiro a formalizar o apoio à reconstrução do Museu Nacional.
Rumo ao Rio de Janeiro, seguem um exemplar de trilobite gigante com cerca de 30 centímetros e um bloco de granito nodular da Castanheira, o fenómeno geológico conhecido vulgarmente por pedras parideiras, entregues diretamente às mãos do diretor do referido museu brasileiro, que por estes dias visita o território do Arouca Geopark.
“Estes são dois símbolos do nosso património geológico. Não entregamos apenas uma pedra parideira, pois, fruto da partilha do Museu das Trilobites – Centro de Interpretação Geológica de Canelas, aqui representados por Manuel Figueiredo e Maria do Céu Almeida, vamos poder doar uma das trilobites da sua coleção, para que esta possa estar devidamente representada nesse museu”, ressalvou a autarca arouquense durante este ato que simboliza também a segunda musealização de património geológico arouquense, depois de Lesbos.
Sensibilizado pelo gesto oriundo do país irmão, o diretor do Museu Nacional de História Natural do Rio de Janeiro, Alexander Kellner, agradeceu a doação, recordando que, agora, “o maior desafio é a recomposição do acervo do museu”, algo que considera impossível sem “uma colaboração nacional [no Brasil] e internacional para devolver este espaço tão logo quanto possível à população”. “Receber estas duas peças de grande peso geológico é, para nós, muito importante pela clara demonstração da ajuda que a comunidade internacional está a dar ao Museu Nacional”, rematou.
Presentes na sessão estiveram ainda Artur Sá, consultor científico do Arouca Geopark e Manuel Figueiredo e Maria do Céu Almeida, em representação do Museu das Trilobites – Centro de Interpretação Geológica de Canelas, perante uma plateia composta por formandos da formação “Intérpretes do Arouca Geopark”.