O Município de Arouca vai ter um novo serviço de recolha e tratamento de biorresíduos, que vai permitir a valorização de resíduos verdes de parques e jardins e de resíduos alimentares, evitando a sua deposição em aterro. A apresentação pública do Plano de Ação para a Gestão dos Biorresíduos decorreu a 15 de maio, na Biblioteca Municipal de Arouca. Entre 4 e 21 de junho, foram também realizadas sessões públicas de esclarecimento e sensibilização dirigidas à comunidade em geral, comunidade escolar e ao setor não doméstico (restauração, hotelaria, IPSS, cantinas, etc.).
O novo serviço chama-se “Biorresíduos a Circular” e vai entrar em vigor em setembro deste ano, com a implementação em modo projeto-piloto na freguesia de Alvarenga (compostagem doméstica e comunitária) e nos estabelecimentos de restauração e hotelaria (setor não doméstico) localizados ao longo da EN 326, desde o centro da vila até ao Chão de Ave. Tanto numa situação como na outra, o município vai fornecer baldes ou contentores para a colocação dos resíduos biodegradáveis e restos de comida, que depois serão recolhidos porta a porta.
No caso de Alvarenga, a recolha porta a porta em veículo elétrico será feita tanto no setor doméstico como no setor não doméstico (restaurantes, cafés, IPSS, cantinas, supermercados, etc.) e transportados para um espaço de compostagem comunitária que será criado na freguesia, evitando, assim, o transporte dos biorresíduos até Aveiro. O composto que resultará desta recolha poderá ser depois utilizado pelas pessoas como fertilizante natural, sendo que o sobrante poderá ser incorporado nos espaços verdes do município. Nas localidades mais distantes do centro da freguesia, serão entregues compostores domésticos para as pessoas fazerem a sua própria compostagem.
O objetivo é alargar a implementação deste plano de gestão de biorresíduos a todas as freguesias do concelho até 2030, por forma a cumprir as metas regionais e europeias. Enquanto entidade gestora de resíduos em baixa, e por indicação da Agência Portuguesa do Ambiente, o Município de Arouca tem de separar 69% do potencial de biorresíduos até 2030, quer seja por recolha seletiva ou por reciclagem na origem.
“Esta é uma nova forma de lidar com os resíduos, uma mudança que exige a maior colaboração de todos”, sublinha a presidente da Câmara Municipal de Arouca, Margarida Belém, considerando que é “um desafio enorme que temos pela frente e uma mudança extremamente necessária”, tendo em conta “o agravamento de custos”. Defendendo que “somos todos embaixadores do território”, a autarca lembrou “são muitas as metas que temos que cumprir”, apelando ao envolvimento de toda a comunidade.
A implementação do plano de gestão de biorresíduos tem como objetivos reduzir a quantidade de resíduos biodegradáveis em aterro, incentivar e sensibilizar para a prática da compostagem doméstica e comunitária, contribuindo para a valorização deste tipo de resíduos e para a produção de composto para incorporar nos solos locais. É financiada em parte pelo Fundo Ambiental, no âmbito da candidatura “RecolhaBio – Apoio à Implementação de projetos de recolha seletiva de biorresíduos”, através do Protocolo de Colaboração Técnica e Financeira estabelecido entre a Área Metropolitana do Porto e o Fundo Ambiental.