A 13 e 14 de julho (sábado e domingo), Arouca promove a I Bienal de Organistas no Mosteiro de Arouca. Este encontro musical decorre ‘à sombra’ de um dos mais emblemáticos exemplares da organaria ibérica, um órgão de tubos de 1743, de construção muito refinada e sonoridade única, saído das sábias mãos de Manuel Bento Gomez Herrera. É o verdadeiro som que o construtor quis que este instrumento tivesse que se pretende dar a conhecer nesta Bienal.
A participação é gratuita e sujeita a inscrição obrigatória através de formulário disponível aqui. A atividade integra a programação dos “Retratos do Barroco”, o primeiro ciclo de atividades do evento “Arouca. História de um Mosteiro 2019”.
Ao longo dos dois dias será abordada a evolução da música sacra desde o barroco até à atualidade, com enfoque na música para órgão, com o Professor Eugénio Amorim, da Escola Superior de Música de Artes do Espetáculo do Porto.
O programa contempla também uma masterclass de órgão, sob orientação de João Santos, organista titular da Sé de Leiria e vencedor do Concurso Nacional de Composição de Mafra, e um concerto comentado, de alunos e professores, onde se dará a conhecer as características estilísticas da composição para este tipo de instrumento e as especificidades do órgão de Arouca.
Decorrerá ainda um workshop de leitura de partituras a partir de manuscritos do espólio musical do Mosteiro de Arouca e, com base nas partituras compiladas para as orações da Festa de Santa Mafalda, de um antifonário do início do século XIX, será dinamizado um coro, aberto à participação de todos. As peças serão apresentadas num concerto final.
A participação na I Bienal de Organistas no Mosteiro de Arouca é gratuita e de inscrição obrigatória. A inscrição deverá ser efetuada através de formulário próprio disponível aqui ou através dos seguintes contactos: margarida.rocha@cm-arouca.pt / 256 136 576.
Consulte a restante programação dos Retratos do Barroco aqui:
Programa da I Bienal de Organistas no Mosteiro de Arouca
13 de julho | sábado
10h30 às 12h30 – Sessão de abertura
Margarida Belém, Presidente da Câmara Municipal de Arouca
Ivo Brandão, Coordenador Científico
*Check-in a partir das 10h – Cadeiral do Mosteiro de Arouca
10h45 – Conferência “A Música Sacra, do Barroco à atualidade: um percurso histórico a partir da música para órgão”
Eugénio Amorim, Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo do Porto
Cadeiral do Mosteiro de Arouca
14h30 às 16h30 – MasterClass de Órgão
João Santos, Sé de Leiria
Coro alto do Mosteiro de Arouca
16h30 às 17h – Concerto
João Santos, Sé de Leiria
Participantes da MasterClass
Cadeiral do Mosteiro de Arouca
14 de julho | domingo
14h30 às 16h – Leitura de Manuscritos
Ateliê de Música “Cântico de Vésperas”
Coro alto do Mosteiro de Arouca
16h às 17h – Concerto Comentado “Órgão de Tubos do Mosteiro de Arouca”
Apresentação do resultado do ateliê de música “Cântico de Vésperas”
Cadeiral do Mosteiro de Arouca
18h30 às 19h30 – Concerto “Estrelas e Pedras” (Música Medieval)
Integrado na Programação do Cistermúsica 2019 – Festival de Música de Alcobaça
Cadeiral do Mosteiro de Arouca
19h30 – Encerramento
Cadeiral do Mosteiro de Arouca
Entidade Promotora: Município de Arouca
Produção: Miguel Carvalho | Produções Artísticas
Coordenação Científica: Ivo Brandão
Parceiros:
- Direção Regional de Cultura do Norte
- Real Irmandade da Rainha Santa Mafalda de Arouca
Sobre Eugénio Amorim | Conferencista
Eugénio Amorim nasceu em 1963 em São João da Madeira, onde iniciou os estudos musicais, prosseguindo-os na Academia de Música de Santa Maria da Feira.
No Conservatório de Música do Porto veio a concluir os Cursos Superiores de Piano e Composição nas classes de, respetivamente, Fernanda Wandschneider e Cândido Lima. De 1988 a 1993, frequentou a Escola Superior de Música de Würzburg, tendo aí obtido o Bacharelato em Direção de Orquestra e a Licenciatura em Música Sacra (Órgão com Gerhard Weinberger, Direcção de Coro com Jörg Straube e Técnicas de Composição com Zsolt Gárdonyi).
Frequentou diversos cursos nas áreas da Composição Musical e Análise, da Harmonia de Jazz, da Pedagogia Musical, do Piano, do Canto e da Direção de Coro.
Atuou em concerto como organista, cantor e maestro, tanto em Portugal como no estrangeiro (Alemanha, Inglaterra, Áustria, França). Desde 1994, é maestro do Coro da Sé Catedral do Porto. Nesse contexto, salienta-se o empenhamento na divulgação de obras de compositores portugueses, inserindo-se neste propósito as duas digressões realizadas pelo Coro na Inglaterra e na Alemanha, assim como a gravação de um CD com música vocal portuguesa da Renascença e um outro com trabalhos de composição sobre melodias populares de Natal cantadas em Portugal, num projeto conjunto de 4 compositores em que o próprio tomou parte. Dirigiu em concerto a Orquestra Clássica do Porto, a Orquestra do Norte, a Orquestra “Brandon Hill” de Bristol, a Orquestra Sine Nomine, a Orquestra Sinfónica de Zlin e o Ensemble de Música Antiga Musica Florea de Praga.
Orientou cursos de Análise, de Direção Coral e de Órgão, tendo sido ainda assistente de Franz Stoiber nas disciplinas de Harmonia e Órgão nos cursos nacionais de Música Sacra. Fez parte ainda de Júris de diversos concursos nacionais de música. É atualmente professor no curso de Composição da Escola Superior de Música e das Artes do Espetáculo, lecionando ainda no Curso de Música da Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa.
A sua atividade estende-se a outros campos, de que ressaltaria a participação nas comissões técnicas que levaram à aquisição dos Órgãos de Tubos da Igreja de Nossa Senhora da Conceição no Porto e da Igreja de Santa Rita, em Ermezinde. Faz parte nesta data de diversas outras comissões semelhantes.
A sua atividade musical compreende ainda a composição musical, sendo autor de obras como “Te Deum”, para Tenor solo, Coro misto, Coro de crianças e Órgão (1998), “Joie” para Órgão solo (2000), “Nós vos louvamos (Te Deum em português)” para Soprano e Tenor solos, Metais e Coro (2001). Tem gravadas duas obras suas sobre melodias natalícias portuguesas. Em julho de 2001, foi executada “Stabat Mater” para Coro, Percussão e Órgão pelo Norddeutscher Figuralchor, em concerto integrado na programação do Porto 2001 Capital Europeia da Cultura. Em dezembro do mesmo ano, foi apresentado “Um Natal Português”, um composição coletiva, composta em conjunto com Carlos Azevedo, Fernando Lapa e Fernando Valente, para Soprano solo, Coro e Orquestra, sobre melodias populares de Natal portuguesas.
Em julho de 2002, foi estreada no âmbito do Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim uma obra sua para Orquestra, “Danças com Mar”, entretanto já editada em CD. Em 2003, foi estreada no Festival de Órgão de Mafra “E-motion” para dois Órgãos históricos e de 2004 ressaltaria a obra “4:3 – Dopo un film di” para 2 Pianos a 4 mãos e 3 solistas para o Festival Black & White.
Sobre João Santos | Masterclass de Órgão
João Santos é licenciado em Música Sacra pela Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa – Porto, onde estudou com Luca Antoniotti (Órgão), Eugénio Amorim (Composição e Direção de Coros), Cesário Costa (Direção de Orquestra), Anselm Hartmann (Piano), entre outros.
João Santos tem-se destacado nas áreas de Órgão e Composição, tanto a nível nacional, com o 2.º prémio no Concurso Nacional de Órgão do Instituto Gregoriano de Lisboa (2007), como internacionalmente, contactando com célebres organistas como T. Jellema, W. Zerer, M. Bouvard, J. Janssen, F. Espinasse, O. Latry, D. Roth, L. Scandali, entre outros.
Participou nos prestigiados concursos internacionais de órgão em Alkmaar, (Holanda), Freiberg, (Alemanha) e Innsbruck (Áustria). Efetua regularmente concertos por todo o país e estrangeiro, de onde se destacam a Catedral de Westminster (Londres), o Orgelfestival Rhür (Alemanha), a Catedral de Notre Dame de Paris, o St. Christoph Summer Festival (Vilnius), entre outros. Foi solista com a Orquestra Clássica da Madeira durante o Festival Internacional de Órgão da Madeira, 2014. É convidado com frequência para se apresentar como continuista em orquestras, nomeadamente com a Orquestra Filarmonia das Beiras. Como compositor, obras suas têm sido reconhecidas internacionalmente, sendo finalista no Simon Carrington Chamber Singers Choral Composition Competition (EUA) e no Musicaficta International Choral Composition Competition (Itália). No seguimento deste último, as suas obras Jesu Dulcis Memoria e Tryptich foram selecionadas para publicação pela editora Edition Ferrimontana, sediada na Alemanha. A sua transcrição para seis órgãos do Allegretto da 7.ª Sinfonia de L. Van Beethoven arrecadou o primeiro prémio no concurso internacional de composição “Órgãos de Mafra”, 2017. Na edição deste ano do mesmo concurso, foi distinguido também com o primeiro prémio, desta vez com uma obra original intitulada “Magnificat”.
João Santos é pianista acompanhador do dueto de contratenores Encanto, com quem apresenta uma regularidade de concertos por todo o País, bem como em inúmeras digressões no estrangeiro, nomeadamente França, Suíça, Brasil, Estados Unidos, Bélgica, Inglaterra, Alemanha e Eslováquia.
João Santos Dirige o Coro Carlos Seixas (Coimbra) desde a sua fundação em 2007. De 2010 a 2018, foi organista titular do Santuário de Fátima. É organista titular da Catedral de Leiria desde 2007.
Sobre Ivo Brandão | Coordenação Científica e Leitura de Manuscritos
Licenciado em música (Teoria, Direção e Formação Musical) pela Universidade de Aveiro e em Comunicação Social pela Escola Superior de Jornalismo, atualmente frequenta o Mestrado em Ensino da Música, na Universidade Católica. É diretor musical do Orfeão de Arouca e participa regularmente na atividade de vários agrupamentos, designadamente o Coro Casa da Música, o Vocal Ensemble, a Capella Musical Fundação Cupertino de Miranda e a Orquestra do Norte, como músico convidado. É monitor do Serviço Educativo da Casa da Música, e professor de Formação Musical e Coro Infantil na Academia de Música de Vilar do Paraíso.