O Município de Arouca, no âmbito da implementação do plano de gestão de biorresíduos, vai disponibilizar, gratuitamente, aos munícipes que tenham interesse compostores domésticos, para que possam tratar estes resíduos em suas casas, e usar o composto resultante do processo de compostagem na horta e/ou jardim. Nesta primeira fase, serão distribuídos 250 compostores domésticos. Os munícipes interessados em ter acesso aos compostores devem preencher, até 28 de fevereiro, a ficha de pré-inscrição disponível em https://forms.gle/RoiZ5bHWrCGKmosP9. Os serviços municipais procederão, posteriormente, à análise das pré-inscrições, com o objetivo de salvaguardar que quem recebe os compositores dispõe das condições necessárias para fazer compostagem doméstica.
A presidente da Câmara Municipal de Arouca, Margarida Belém, sublinha a importância desta iniciativa para a redução dos resíduos depositados em aterro. “Os biorresíduos são resíduos, que, como o próprio nome indica, são biodegradáveis, podendo ser valorizados através do processo de compostagem”, explica a autarca, revelando que “os biorresíduos representam uma fração significativa dos resíduos que são depositados em aterro, contribuindo para cerca de 40% de tudo o que se coloca no contentor de indiferenciados”. “Estando o Município de Arouca em transição no que respeita à gestão dos resíduos urbanos e sendo cada vez mais importante diminuir a deposição de resíduos valorizáveis em aterro, queremos com esta iniciativa contribuir para a redução do número acima, garantindo que os biorresíduos são convertidos em composto, que depois pode ser usado em hortas e jardins”, acrescenta a autarca.
Sobre o Plano de Gestão de Biorresíduos de Arouca
Foi em maio de 2024 que foi apresentado publicamente o Plano de Gestão de Biorresíduos de Arouca. Representando um investimento municipal de 188.723,39€, tem como objetivos reduzir a quantidade de resíduos biodegradáveis em aterro, incentivar e sensibilizar para a prática da compostagem doméstica e comunitária, contribuindo para a valorização deste tipo de resíduos e para a produção de composto para incorporar nos solos locais.
Desde setembro do ano passado que está a ser assegurado, pela empresa PreZero, o serviço de recolha porta-a-porta de biorresíduos e de resíduos indiferenciados para o canal HORECA (Hotéis, Restaurantes e Cafés), abrangendo mais de 60 estabelecimentos localizados ao longo da EN 326, desde o centro da vila de Arouca até ao Chão de Ave, incluindo ainda estabelecimentos escolares e IPSS. Aos estabelecimentos aderentes, o Município de Arouca também assegurou a disponibilização gratuita de baldes e contentores para a colocação dos resíduos biodegradáveis e restos de comida. Até final de 2024, haviam sido recolhidas, através deste serviço aproximadamente, 15 toneladas de biorresíduos.
Ainda no primeiro trimestre deste ano, deverá arrancar a implementação em modo projeto-piloto na freguesia de Alvarenga (compostagem doméstica e comunitária). Aqui, a recolha porta-a-porta em veículo elétrico será feita tanto no setor doméstico como no setor não doméstico (restaurantes, cafés, IPSS, cantinas, supermercados, etc.), sendo posteriormente os biorresíduos transportados para um espaço de compostagem comunitária que será criado na freguesia, evitando, assim, o transporte até Aveiro. O composto que resultará desta recolha poderá ser depois utilizado pelas pessoas como fertilizante natural, sendo que o sobrante poderá ser incorporado nos espaços verdes do município. Nas localidades mais distantes do centro da freguesia, serão entregues compostores domésticos para as pessoas fazerem a sua própria compostagem.
A presidente da Câmara Municipal de Arouca, Margarida Belém, revela que o objetivo é alargar a implementação deste plano de gestão de biorresíduos a todas as freguesias do concelho até 2030, por forma a cumprir as metas regionais e europeias. “Enquanto entidade gestora de resíduos em baixa, e por indicação da Agência Portuguesa do Ambiente, o Município de Arouca tem de separar 69% do potencial de biorresíduos até 2030, quer seja por recolha seletiva ou por reciclagem na origem”, refere, sublinhando o “enorme desafio em mãos e uma mudança extremamente necessária atendendo ao agravamento de custos com resíduos.” Atualmente, o Município de Arouca paga anualmente mais de 1 milhão de euros com recolha, transporte e deposição de resíduos indiferenciados, sendo que cerca de 35% destes resíduos são biodegradáveis.
A implementação do Plano de Gestão de Biorresíduos de Arouca é cofinanciada, em parte, pelo Fundo Ambiental, no âmbito da candidatura “RecolhaBio – Apoio à Implementação de projetos de recolha seletiva de biorresíduos”, através do Protocolo de Colaboração Técnica e Financeira estabelecido entre a Área Metropolitana do Porto e o Fundo Ambiental.