A Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos (APRH) e a Câmara Municipal de Arouca promoveram, a 20 de outubro de 2023, o “Encontro Informal de Especialistas e Decisores”, para debater o “Uso Inteligente da Água”.
Desse encontro resultou a “Declaração de Arouca”, que reconhece a “água como um direito universal, devendo ser gerida segundo uma perspetiva de solidariedade territorial, equidade social e sustentabilidade ambiental”.
Num momento de “clausura” no Mosteiro de Arouca, os Especialistas e Decisores reunidos destacaram as ameaças, os desafios e as oportunidades da gestão da água, em particular em contexto de adaptação climática.
Da água para consumo humano até à que é utilizada na agricultura, foram deixados importantes alertas sobre as assimetrias atuais – “um país, duas realidades e uma só água”, sobre o acesso à água – “água como um direito universal, numa perspetiva de solidariedade territorial” e sobre o seu uso inteligente – “medir para conhecer e conhecer para gerir”.
O Ministro do Ambiente e Ação Climática, Duarte Cordeiro, referiu, em mensagem vídeo emitida durante o Encontro, que “nos últimos 20 anos, a precipitação em Portugal e Espanha diminuiu cerca de 15%, prevendo-se que diminua entre 10% e 20% até ao final do século”, defendendo que, sendo a “água um bem essencial, precisamos de nos adaptar ao contexto das alterações climáticas e promover um uso inteligente” da mesma.
Segundo José Pimenta Machado, vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, para assegurar o Uso Inteligente da Água, é necessário promover a conservação, reutilização, educação, inovação, tecnologia, acompanhada de legislação adequada e uma gestão integrada, de forma a contribuir para uma verdadeira sustentabilidade hídrica.
Para Jorge Cardoso Gonçalves, presidente da APRH, “considerando o balanço das últimas décadas, o contexto atual e os desafios futuros nacionais e globais, o Uso Inteligente da Água deverá ter uma abordagem integrada dos recursos hídricos, promovendo um uso racional da água – desde a origem até ao mar, no setor urbano, na agricultura e na indústria.”
Margarida Belém, presidente da Câmara Municipal de Arouca, sublinhou que sendo a água um recurso e um bem cada vez mais escasso, “urge que se mobilizem esforços para garantir que todos os cidadãos tenham acesso à agua a preços justos”, defendendo a criação de um tarifário único a nível nacional.
Consulte a Declaração da Arouca.